O teatro na Grécia Antiga surgiu a partir de
manifestações a Dioniso, deus do vinho, da vegetação, do êxtase e das
metamorfoses. Pouco a pouco, os rituais dionisíacos foram se modificando e se
transformando em tragédias e comédias. Dioniso se tornou, assim, o deus do
teatro. Atenas é considerada a terra natal do teatro antigo, e, sendo assim,
também do teatro ocidental. "Fazer teatro" significava respeitar e
seguir o culto a Dionísio. O período entre os séculos 6 a.C. e 5 a.C. é conhecido
como o "Século de Ouro". Foi durante esse intervalo de tempo que a
cultura grega atingiu seu auge. Atenas tornou-se o centro dessas manifestações
culturais e reuniu autores de toda a Grécia, cujos textos eram apresentados em festas
de veneração a Dioniso. O teatro grego pode ser dividido em três
partes: tragédia, comédia antiga e comédia nova.
Tragédia:
A tragédia apresentava como principais
características o terror e a piedade que despertava no público. Para os autores
clássicos, era o mais nobre dos gêneros literários. Era constituída por cinco
atos e, além dos atores, intervinha o coro, que manifestava a voz do bom senso,
da harmonia, da moderação, face à exaltação dos protagonistas. Diferentemente
do drama, na tragédia o herói sofre sem culpa. Ele teve o destino traçado e seu
sofrimento é irrefutável. Por exemplo, Édipo nasce com o destino de matar o
pai, Laio, e se casar com a mãe. É um dos exemplos de histórias da mitologia
grega que serviram de base para o teatro. Por se
tratar de uma sociedade antiga, deve-se muito à arqueologia o resgate dessa
memória. A partir de alguns registros, acredita-se que foram cerca de 150 os
autores trágicos. Ésquilo, Sófocles e Eurípedes escreveram cerca de 300 peças,
das quais apenas 10% chegaram até nós.
Comédia Antiga:
Na Grécia havia dois tipos de procissão que eram
denominadas "komoi". Numa, os jovens saiam às ruas, fantasiados de
animais, batendo de porta em porta pedindo prendas, brincando com os habitantes
da cidade. No segundo tipo, era celebrada a fertilidade da natureza. Apesar de
também ser representada nas festas dionisíacas, a comédia era considerado um
gênero literário menor. É que o júri que apreciava a tragédia era nobre,
enquanto o da comédia era escolhido entre as pessoas da plateia. Também a temática
diferia nos dois gêneros. A tragédia contava a história de deuses e heróis. A encenação da comédia antiga era dividida em duas partes, com um
intervalo. Na primeira, chamada "agón", prevalecia um duelo verbal
entre o protagonista e o coro. No intervalo, o coro retirava as máscaras e
falava diretamente com o público para definir uma conclusão para a primeira
parte. A seguir, vinha a segunda parte da comédia. Seu objetivo era esclarecer
os problemas que surgiram no "agón". A comédia antiga, por fazer alusões
jocosas aos mortos, satirizar personalidades vivas e até mesmo os deuses, teve
sempre a sua existência muito ligada à democracia. A rendição de Atenas na
Guerra do Peloponeso, no ano de 404 a.C., levou consigo a democracia e,
consequentemente, pôs fim a comédia antiga. Aristófanes, considerado o maior autor da
comédia antiga, escreveu mais de 40 peças, das quais conhecemos apenas 11,
entre elas: "Lisístrata", "As Vespas", "As
Nuvens" e "Assembleia de Mulheres".
Comédia Nova:
Após a capitulação de Atenas frente a Esparta,
surgiu a comédia nova, que se iniciou no fim do século 4 a.C. e durou até o
começo do século 3 a.C. Essa última fase da dramaturgia grega exerceu profunda
influência nos autores romanos, especialmente em Plauto e Terêncio. A comédia
nova e a comédia antiga possuem muitas diferenças. Na primeira, o coro já não é
um elemento atuante, sua participação fica resumida à coreografia dos momentos
de pausa da ação, a política quase não é discutida. Seu tema são as relações
humanas, como por exemplo, as intrigas amorosas. Não existem mais as sátiras
violentas. A comédia nova é mais realista e procura, utilizando uma linguagem
bem comportada, estudar as emoções do ser humano. Menandro, principal comediógrafo dessa fase, mais de 100 peças
suas chegaram recentemente até nós. Muitas conhecemos apenas por título ou por
fragmentos citados por outros autores antigos, com exceção de "O
Misantropo", uma de suas oito peças premiadas, cujo texto completo,
preservado num papiro egípcio, foi encontrado e publicado em 1958.
Fonte:www.educacao.uol.com.br/disciplinas/artes/teatro-grego-diferencas-entre-comedia-e-tragedia.htm
Aluna: Vitória Ragnini – 9ºano F.
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