Pintado por Leonardo da Vinci em
1503, decididamente a Monalisa é o quadro mais famoso do mundo.
Nenhum outro quadro gera tanta
controvérsia, polêmica, discussão e questionamento, alimentando a existência de
várias teorias de conspiração. Há várias pessoas que acreditam que Leonardo da
Vinci não queria simplesmente pintar um retrato, mas incluir mensagens secretas
e pistas misteriosas. O best seller Código da Vinci é mais um, se bem que o
mais bem-sucedido, mas não o único a espalhar essa teoria.
E
por que tanta fama?
Em primeiro lugar, o mundo
prestou atenção especial na sua existência quando ele foi roubado por um
funcionário do museu, em 1911. O caso ganhou repercussão imediata, que ficou
ainda maior quando o pintor Pablo Picasso foi preso e interrogado como suspeito
do roubo e fez várias pessoas quererem conhecê-lo quando foi encontrado.
Apesar desse acontecimento ter
sido a causa inicial da sua fama, o quadro em si é uma obra de arte e merece
toda a atenção que recebe. Leonardo da Vinci usou várias técnicas de pintura e
de perspectiva inusitadas para a época em que foi pintado, tornando-o realmente
um trabalho extraordinário.
O famoso e intrigante sorriso que aparece e desaparece
Leonardo da Vinci utilizou
amplamente no quadro uma técnica de pintura conhecida como sfumato,
técnica artística usada para criar efeitos de luz e sombra num desenho ou numa
pintura.
Apesar de não ter sido Leonardo
da Vinci quem criou essa técnica, foi o primeiro a usá-la numa pintura e de uma
maneira totalmente inovadora. Passando verniz sobre a tinta a óleo, descobriu
que os dois ingredientes reagiam entre si, diminuindo as marcas das pinceladas
de tinta no quadro e proporcionando uma aparência muito mais suave, além de
obter o efeito sombreado que ele queria dar principalmente nos olhos e lábios
da modelo.
Leonardo repetiu esse processo
inúmeras vezes, aplicando diversas camadas muito finas de tinta e verniz, quase
transparentes. A técnica trouxe um resultado final deslumbrante, e quase não se
percebe marcas de tintas na pintura.
Técnica sfumato,
usada nos olhos e nos lábios
Margaret Livingstone, professora
de neurobiologia da universidade de Harvard, Estados Unidos, publicou um
trabalho no qual diz que as sombras utilizadas no quadro são melhores
percebidas pela nossa visão periférica, afirmando que Leonardo utilizou
intuitivamente uma técnica que somente agora começa a ter base científica.
Essa técnica faz com que, ao
olharmos para os olhos da Monalisa ou para a paisagem ao fundo, vemos um
sorriso como o dos quadros da esquerda e do meio do quadro abaixo, e achamos
que ela está sorrindo. Mas quando olhamos diretamente para a sua boca, vemos o
sorriso do painel da direita, e parece que ela não está sorrindo mais.
O fato de tamanho do sorriso
variar tanto dependendo do ângulo do nosso olhar, dá ao quadro uma aparência
dinâmica, e o fato do sorriso desaparecer quando olhamos diretamente para ele,
o faz parecer ilusivo.
Por isso, para ver a Monalisa
sorrir, precisamos olhar para qualquer outro lugar do quadro que não
diretamente para a sua boca.
Esse é o grande fascínio
exercido pelo quadro e a prova do talento de Da Vinci.
A paisagem no quadro
Olhe a paisagem atrás da
Monalisa e veja que o lado direito não corresponde ao esquerdo, como se fossem
dois lugares diferentes e não uma continuação de um só.
A linha do horizonte de cada
lado está em plano diferente. A do lado esquerdo está na altura do busto da
Monalisa, enquanto a do lado direito está na altura dos olhos dela.
O resultado desse efeito é que,
quando olhamos o quadro do lado esquerdo, a Monalisa parece maior do que quando
o olhamos do lado direito.
Além disso, a diferença das
linhas do horizonte faz com que o olhar do observador seja levado para o lugar
no quadro onde seria o ponto de convergência das duas paisagens. E esse ponto
são os lábios da Monalisa, ou melhor dizendo, o seu sorriso, atraíndo nossa
atenção mais uma vez para esse ponto.
Identidade da Monalisa
Ninguém sabe ao certo quem foi a
Monalisa. A teoria mais aceita, e também a mais sem imaginação, é de que a
mulher retratada por da Vinci era Lisa Gherardini, esposa de Francesco
Giocondo, um rico comerciante de Florença. Essa teoria também explica o outro
nome pelo qual o quadro é conhecido, La Gioconda (apesar de gioconda ser a
palavra em italiano para sorriso, o que por si só já explicaria o nome do
quadro).
Tem algumas outras versões mais,
digamos, apimentadas. Numa delas o retrato seria a do próprio Francesco
Giocondo, pintado como mulher. Outra teoria parecida com a anterior é a de que
seria sim um auto-retrato, mas do próprio Leonardo. Ainda uma quarta teoria diz
que o quadro é o auto-retrato de um dos assistentes de da Vinci (nesse caso, da
Vinci seria gay).
Disposição da modelo no quadro
De acordo com o site do museu, a
Monalisa foi o primeiro quadro a mostrar não apenas o rosto da modelo
retratada. A dama ocupa grande parte do quadro, sendo mostrada da cintura para
cima, incluindo braços e mãos.
Esse é outro ponto que causa
controvérsia, mas a explicação mais aceita é a de que Leonardo da Vinci usou
uma tinta diferente para fazê-las e que em uma das restaurações foi usado um
solvente que fez com que elas desaparecessem.
Sem cílios e sem sobrancelhas
Aluno: Eduardo Sales
Nenhum comentário:
Postar um comentário